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Oquidão

3 out

Bem, há dias tenho pensado (e só pensado) em atualizar, mas é aquela velha desculpa do “sabe como é… tenho muitas coisas para fazer.. uma hora vou te visitar… blá-blá-blá” e nunca nada acontece. Mas eu andei pensando há dias no que escrever aqui. E até criei um neologismo pra dar nome a esse texto:  “Oquidão”, do meu dicionário, que deriva de oco,  vazio, sem nada (como tem rouquidão, agora tem a “oquidão”).

Inicialmente, eu ia falar sobre o vazio das pessoas, o sorriso convencional, o brilho inexistente, o anseio por desistir, a vontade do egocentrismo, a “oquidão” das relações, de forma generalizada…

No entanto, devido aos acontecimentos dessa semana, senti uma necessidade maior de falar sobre as pessoas. O vazio que elas nos deixam, o quanto algumas relações não possuem “oquidão” e como nós ficamos com esse sentimento quando elas se vão.

No decorrer desse ano tive perdas, como muitas pessoas tem em suas vidas. Perdi familiares, vi a família se dividir…Perdas de várias formas, mas como já escreveria um livro, Lya Luft chama de “Perdas & Ganhos” (um ótimo livro, por falar nisso, recomendo!).

Essa semana vi alguém ao qual amo e admiro muito sentir, novamente, a dor da perda. Minha pudim, amiga de sempre, de fé, a quem mencionei no outro post, até. Não vou expor ela, mencionar nomes, nada… Cada um sabe de si, acho que não é o momento disso, só. Enfim, vi minha melhor amiga, a  pessoa que, mesmo não vendo mais com tanta frequência, sentir dor. Senti mais dor ainda. Você perder alguém/algo, parece que é superável. Mas ver quem você ama perder, parece que dói mais, pois você não tem como mudar. Afinal é a vida.

Queria apenas falar do vazio que as pessoas nos deixam quando partem, do quão bom é viver a vida, aproveitar as pessoas mais velhas e sua sabedoria, aproveitar as mais novas e aprender com sua vivacidade. Saber viver, entender as relações, entender que o mundo não é só o que vemos, é mais do que tudo isso, é um circuito de relações, um fluxo imenso de emoções, são vidas, pensamentos… As lembranças em nós são o mais importante e devemos (não, nesse caso não “podemos”, DEVEMOS!) aproveitar intensamente tudo! Sei que isso aparenta papo de fim de mundo e tudo mais, “viva hoje como se não houvesse amanhã”, mas é praticamente isso. Quando as pessoas falam que a vida é curta e passa rápido, mesmo que se tenha quase 90 anos, é verdade. Há muito o que se fazer e nunca vai parecer o bastante tudo o que já fizemos. Mas deixo a mensagem: “vale a pena tentar”. Cada um do seu jeito, seja quieto ou extremamente extrovertido, cada um sabe a forma de agir; o essencial é não deixar a vida passar, é não sentir o tempo escapar entre os dedos e não aproveitar, simplesmente isso. A vida é  feita de momentos.

Desejo a todos uma boa semana, uma reflexão sobre a vida e que vivam! (não apenas existam!)

Para não deixar o silêncio das palavras, uma simples e adorável música: